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6 de abr. de 2011

O caminho da perdição em Vegas

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Seis passos para você mergulhar na Cidade do Pecado, onde ninguém precisa saber o que acontece
 
Depois de tomar uns drinques num bar do Wynn, um dos maiores hotéis do mundo, decido dar uma volta pela Strip antes de retornar ao Luxor, onde estou hospedada. As ruas estão lotadas como se fosse uma noite de sábado. E são 3 da madrugada de uma quarta-feira. A quantidade de luzes – no letreiro dos cassinos, no topo dos resorts, nos jardins, nas fontes, nos carros – me faz sentir como se estivesse num mundo de conto de fadas. Já vi de perto a iluminação de Tóquio, de Piccadilly Circus, em Londres, da Times Square, em Nova York, mas nada se compara a Las Vegas, uma cidade bem no meio do deserto. O ex-chefe dos cassinos Frank “Lefty” Rosenthal, que se tornou uma das figuras mais conhecidas de Vegas na década de 1970, disse, pouco antes de morrer (no ano passado), que o lugar havia se transformado numa espécie de Disneylândia para adultos. É quase isso. A Vegas de hoje é muito diferente da retratada no filme Cassino, de Martin Scorsese, que conta a história de Rosenthal numa época em que a jogatina era dominada pelos gângsteres ligados à máfia americana. Ok, os cassinos continuam ali, mas hoje a cidade está bem mais para capital das ilusões e do entretenimento do que estava três décadas atrás.
Cada resort é uma atração, com suas fontes dançantes, seus leões em jaulas de vidro e suas estátuas que falam e se movem. Numa única noite, dá pra escolher entre sete espetáculos do Cirque du Soleil, o show de mágicas de David Copperfi eld, a apresentação de Cher e as performances do trio Blue Man Group nos mais de 20 hotéis da região. Outro grande atrativo de Vegas é o custo/benefício. O destino é um dos mais baratos dos Estados Unidos. Um pacote de quatro noites custa 1 191 dólares, 40% menos que o de Orlando e 30% mais em conta que o de Nova York. Para se ter uma ideia, minha diária no Luxor, numa acomodação maior que meu apartamento de dois dormitórios em São Paulo, com duas camas king-size e banheiro enorme, é de 110 dólares. O quarto do hotel que reservei em Nova York, meu próximo destino – minúsculo e sem janelas -, custa 250 dólares por dia.
Minha incursão pela Strip continua madrugada afora. Três garotas animadas passam do meu lado e entram numa limusine. Atrás delas vem um grupo de rapazes com copos gigantes de bebida na mão. “Você está com eles?”, pergunta o mensageiro de um dos cassinos. Digo que não. “Quer se juntar a nós? A noite é uma festa!”, fala uma das meninas. Sabe aquela frase: “O que acontece em Vegas fica em Vegas”? Dá para notar que ela é levada a sério. O apelido Sin City (Cidade do Pecado) não poderia ser mais apropriado.
 

1. A NOITE
À primeira vista, a Tao (The Venetian, 1-702/388-8588, taolasvegas.com; US$ 30) parece uma danceteria como outra qualquer. Ambiente bem decorado, gente bonita, música pop… “O que isso tem de Sin City? As de Nova York, ou mesmo as de São Paulo, são muito mais animadas”, penso. Dou uma volta, pego uma cerveja e, de repente, surgem mulheres lindas de lingerie rendada e salto alto circulando pelo bar. Passo por um corredor e deparo com duas delas
simulando uma transa em cima de uma cama – e um monte de gente ao redor, olhando. No salão principal, uma garota com uma microcalcinha dança dentro de uma gaiola montada num palco e outra se insinua em cima de uma cama. Minha opinião sobre a noite de Las Vegas muda naquele momento. Aos poucos, começo a perceber que a cidade inteira exala sensualidade – e sexo -, seja nos bares, nas casas de shows, dentro dos resorts… A partir das 22 horas, dançarinas quase sem
roupa fazem performances lascivas em um palco improvisado numa das entradas do Flamingo. É um prenúncio do que você vai ver no  espetáculo X Burlesque(1-702/733-3333; US$ 62), na casa de shows do hotel. Do outro lado da rua, no Caesars Palace, garotas de parar o trânsito rebolam dentro de gaiolas montadas no cassino Pussycat Dolls, em frente à danceteria Pure (1-702/731-7873, purethenightclub.com; US$ 30), uma das mais bacanas de Vegas. A pedida: ir ao terraço gigante, cheio de tendas, com vista para a Strip. Para quem prefere um clima mais,
digamos, intimista, a dica é o bar Ivan Kane’s Forty Deuce (Mandalay Bay, 1-702/632-9442, fortydeuce.com; US$ 20). O lugar tem capacidade para no máximo 275 pessoas (por isso, é bom chegar cedo) e, a partir da 0h30, há um show com dançarinas que sobem e descem numa barra de ferro no palco, no meio do salão. Para terminar bem a noite – ou começar o dia -, ainda dá para entrar no cassino e ir às mesas de apostas. É sério: tem muita gente que faz isso.
2. O JOGO
Provavelmente tudo o que você ouviu falar de Las Vegas é verdade. Sim, há cassinos por todos os lados, e a maioria fica nos resorts. Parece outro planeta, lotado de caça-níqueis, roletas, mesas de carteado, garçonetes de lingerie circulando entre os jogadores, o plin-plin-plin das moedas
caindo… O Flamingo, a primeira casa de jogos construída em Vegas (em 1946, pelo gângster Benjamin Siegel, o Bugsy), ainda existe, mas deixou de lado o glamour dos anos 50 e 60, quando Frank Sinatra e Dean Martin costumavam transformar a cidade em QG de suas festas de arromba. Foi nessa época, aliás, que surgiu o apelido Sin City, com o boom dos cassinos e os primeiros
shows de mulheres seminuas. A década de 70 ficou marcada pela “limpeza” feita pelo governo do estado de Nevada, que expulsou a máfia da região, dando ao lugar um ar menos “fora-da-lei”, e pelo surgimento dos grandes complexos que reuniam num mesmo espaço gigantescos salões de aposta, quartos de hotel e restaurantes. A cara de Vegas começou a mudar novamente em 1989, quando o magnata Steve Wynn inaugurou o resort Mirage e, com ele, a era das luzes de néon.
Minha meta nos cassinos: experimentar todos  – ou quase todos – os jogos mais conhecidos. Começo pelos caça-níqueis. Aposto uma vez. Perco. Aposto outra. Perco de novo. Começo a achar aquilo muito chato e resolvo dar uma volta. Parto, então, para a roleta. Escolho a banca mais vazia por não saber jogar direito – aliás, se esse é o seu caso, não se preocupe: o dealer, o cara da mesa, ensina como fazer apostas e dá uma cartilha com as instruções de cada jogo. Só paro de perder dinheiro quando começo a imitar os companheiros de mesa que, em vez de depositar todas as fichas numa única casa, apostam na maior quantidade de números possível. E saio dali com 140 dólares. Fico empolgada e vou para o black jack. No primeiro dia, faturo 100 dólares. No dia seguinte, minha sorte vira: perco 30 dólares em menos de cinco minutos.
A mesa de dados é a mais divertida de todas. Ao redor dela, há vários turistas alucinados gritando: “Go, sugar! Yeah, babe!” Não, não é para mim, e sim para os dados, que rolam de um lado para o outro. Saio no lucro: depois de duas horas de apostas, faturo 200 dólares. Vou para o bacará, o preferido de James Bond. As salas são reservadas, e há todo aquele encanto que a gente vê nos filmes do 007. Ganho as duas primeiras rodadas e perco a segunda. Tudo isso em menos de dois minutos. Acho melhor parar. No pôquer… Devo dizer que não sou craque em carteado. Começo a praticar nas máquinas espalhadas pelo cassino. E perco. Tento, então, uma versão simplificada, o Three Card Poker, em que o participante joga contra o dealer. Também perco e desisto. O balanço final é bom. Gasto 125 dólares, ganho 465 e o saldo é de 340 dólares. Dá até para fazer umas comprinhas antes de voltar ao Brasil…
3. A COMIDA
Quer um motivo a mais para passar as férias em Vegas? Os restaurantes. De uns tempos para cá, o lugar tornou-se um dos grandes polos gastronômicos dos Estados Unidos. Tanto é que o Michelin lançou em 2008 um guia sobre a cidade, que inclui o Joël Robuchon (MGM Grand, 1-702/891-7925,mgmgrand.com; 17h30/22h; Cc: A, M, V), um dos 68 três-estrelas em todo o mundo. Há dezenas de restaurantes badalados – e caros – em Vegas, mas também dá para comer bem gastando pouco. Minha dica é o Noodles(Bellagio, 1-702/693-7111, bellagio.com; 11h/2h; Cc: A, D, M, V). Além da boa localização (bem no meio da Strip), há pratos apetitosos da cozinha asiática, com macarrão, arroz, frango, shoyu, carne de porco e camarões, por menos de 30 dólares. Os sanduíches do Wichcraft (MGM Grand, 1-702/891-7777,mgmgrand.com; 10h/18h; Cc: A, D, M, V) podem substituir uma refeição. Por 9 dólares, dá para apreciar especialidades da casa, entre elas o sanduíche de atum com ervas e azeitonas pretas na baguete.
4. AS COMPRAS
Que tal renovar o guarda-roupa com o dinheiro ganho na jogatina ou levar para casa algo que só existe em Vegas? Em algumas lojas, os preços chegam a ser 20% mais em conta do que em Nova York ou Orlando. A Gamblers General Store (800 South Main Street, 702-382-9903,gamblersgeneralstore.com) existe desde 1962 e tem tudo o que é preciso para montar uma sala de jogos em casa, de fichas de pôquer a roletas. As lojas mais bacanas de Nova York estão no Fashion Show (3 200 Las Vegas Boulevard South e Spring Mountain Road, 702-784-7000), entre elas a Macy’s e a Saks Fifth Avenue. Se tiver tempo, vale a pena ir até o Las Vegas

Premium Outlets (875 South Grand Central Parkway, 702-474-7500), um pouco mais afastado da Strip. Ali é possível conseguir descontos de até 65% em marcas como Nike, Calvin Klein, Diesel e DKNY. Quase todos os resorts também têm seu shopping center. Você sai do cassino e, com o dinheiro ganho na jogatina, vai direto às compras.
5. OS PASSEIOS
Perdeu uma bolada? Não se desespere. É melhor partir para um programa diferente e, quem sabe, recuperar o dinheiro perdido à noite, quando voltar à mesa de jogo. O Stratosphere (2000 Las Vegas Boulevard South, 1-702/380-7777, stratospherehotel.com; US$ 13) tem três brinquedos radicais 100 andares acima do chão – dá para escolher entre ficar num simulador de queda livre e girar a 64 quilômetros por hora. Gosta de carros? A pedida é aLas Vegas Motor Speedway Racing School (Speedway Boulevard, saída 54, lasvegasracingschool.com; US$ 159). Ali você dirige um carro da Fórmula Nascar ou da Fórmula Indy. Para conhecer o deserto, tem o passeio de um dia (vegas.com/tours; US$ 209) na parte oeste do Grand Canyon.
6. OS RESORTS
Cassinos? Que nada. O orgulho de Vegas são os resorts, as grandes atrações turísticas da cidade – a maioria das salas de jogos e dos grandes espetáculos fica dentro deles. Além disso, dá para dormir bem pagando pouco. Os quartos são enormes e confortáveis, a preços bem mais baixos que os de outros destinos turísticos do mundo.

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